Origem da cultura
História e memória do povo Fulni-ô
Segundo registros históricos, os então denominados Fulni-ô, habitavam numa região entre o agreste e o sertão do Estado de Pernambuco. Conta-nos os anciões da comunidade, que antes da junção dos cinco troncos, eles tinham semelhanças culturais. Os Fôla, Foklasa, Brobadáz, Karapotó Tapuia e os Carnijó, habitavam na região que hoje é o município de Águas Belas, nas margens do rio Ipanema, Serra dos Cavalos, Buique, Espingarda, Cacimba Cercada, Serra dos Meninos, Serra das Antas, Serra do Comunaty e Rio São Francisco, viviam nessa região como nômades, esses mesmos não habitavam em único lugar. Os Fôla, Foklasa, Brobadáz, Karapotó Tapuia, uniram-se aos Carnijó formando um único povo ( o povo Fulni-ô ), que atualmente mantém sua história passando de geração em geração. Hoje os Fulni-ô habitavam nas proximidades, situados no vale do Rio Ipanema e região da Serra do Comunaty.
As técnicas de caça usadas eram diversas, não utilizavam armas de fogo e tudo era feito manualmente. A arataca ( uma espécie de buraco cavado no chão com um pedaço de tábua em falso para que o animal caísse dentro ), o quixó ( uma pedra de tamanho razoável escorada com uma forquilha ), a arapuca ( uma espécie de entrelaçados de gravetos usado para pegar passarinho ), o badoque ( feito de cordas de caroá e madeira de mororó ou angico ), alguns animais como o tatu eram pegos com as mãos, em locas ou na corrida, os índios mais velhos eram exímios corredores. O arco e a flecha eram poucos utilizados, e quando utilizados colocavam na ponta da flecha substancias feitas com ervas para penetrar o corpo do animal com mais facilidade. A pesca também era feita de várias formas, as mais usadas eram o pussá ( uma espécie de rede amarrada com cipó retorcido em forma de círculo, compondo um peneirão ), a rede de arrasto ( feita com cordão ), o litro de pegar piaba ( tapavam a boca da garrafa com sabugo de milho e arrancavam o fundo substituindo esse por uma folha de palma com um buraco que desse para as piabas e dentro era colocado um pouco de farinha para chamar a atenção dos peixes ), além de pegarem peixes com as mãos. Hoje em dia o nosso pajé ainda domina essa técnica.